Alguns anos atrás o Instituto Haggai – um dos maiores e melhores ministérios de capacitação de liderança cristã do mundo – fez uma pesquisa sobre como as pessoas se convertem. O resultado foi muito interessante:

Essa pesquisa nos faz refletir sobre se estamos gastando tempo e energia de forma correta em nosso esforço de alcançar as pessoas para Jesus.
A pesquisa revelou que, ao contrário do que muitos pensavam – inclusive eu – os cultos ou eventos evangelísticos não são a principal forma de conversão das pessoas. Muito ao contrário. Cultos, eventos, mensagens, etc. respondem por menos de 10% das conversões a Cristo.
Essa mesma pesquisa demonstrou que o evangelismo realmente efetivo, somente ocorre por meio dos relacionamentos familiares (49,7%) e dos relacionamentos com amigos (29,9%). Ou seja, praticamente 80% das efetivas conversões somente ocorrem por meio de relacionamentos profundos.
Essa também é a tese apontada no famoso livro O CRISTÃO CONTAGIANTE – escrito pelo Pr Bill Hybens, em 1994, em coautoria com os pastores Mark Mittelberg e Lee Strobel.

Por cerca de 40 anos, o Pr Hybels liderou a igreja de Willow Creek, em Chicago/EUA. Essa igreja cresceu exponencialmente de alguns poucos membros para cerca de 30.000 membros, sendo considerada uma das mais influentes igrejas evangélicas do mundo.
No livro, o Pr Hybels e os demais autores advogam, basicamente, que a forma mais eficaz de evangelizar não é a exposição direta das verdades bíblicas. Isso vem em um segundo estágio. Antes, precisamos criar vínculos de amizade e confiança com as pessoas que buscamos evangelizar.
A pesquisa do Instituto Haggai, bem como a tese apontada no livro, nos confronta com a nossa efetividade em nosso esforço evangelístico e/ou missionário.
Será que em nosso esforço evangelístico estamos mais preocupados com cultos e eventos do que com o fortalecimento dos relacionamentos?
Hoje tenho convicção de que, mais do que mensagens ou cultos tipicamente evangelísticos, devemos criar uma cultura evangelística que tenha como base os relacionamentos profundos.
Mas, nem todos já discerniram isso. De vez em quando sou cobrado pelo fato de que muitas de nossas séries de mensagens não são tipicamente evangelísticas e, de fato, muitas delas não o são.
Penso que toda mensagem pode ser evangelística, mesmo que o tema não seja tipicamente evangelístico.
A essas pessoas peço que atentem para o fato de que hoje muitas e boas igrejas que experimentam crescimento exponencial, cujos pregadores, cultos e mensagens não são de temas tipicamente ou exclusivamente evangelísticos. São mensagens que falam para todos, convertidos ou não.
Mas, ao final do culto, muitas pessoas recebem Jesus como Senhor e Salvador. Como isso ocorre?
Isso ocorre porque a mensagem e o culto são parte de um contexto muito maior, onde é enfatizada e praticada uma cultura de acolhimento, relacionamentos e propósito de vida.
Por isso, acredito que seremos evangelisticamente mais efetivos, se conseguirmos criar uma cultura que enfatize o acolhimento e potencialize os relacionamentos.
Também penso que, mais do que séries ou mensagens tipicamente evangelísticas, devemos nos esforçar para criar um ambiente evangelístico, onde o apelo será o clímax de um processo que começou na família, nas amizades, na célula, no momento de comunhão, etc.
Como pastor líder da igreja, juntamente com os demais pastores e líderes da Igreja Batista Identidade, queremos enfatizar o nosso compromisso de pregar o Evangelho e levar muitas almas para Jesus.
E acreditamos que uma grande estratégica para fazermos isso é investirmos em criar um ambiente cada vez mais acolhedor e amigável em nossos cultos, células, eventos etc.
No entanto, nenhuma estratégica da liderança vai funcionar sem que antes cada um dos membros da IBI se torne um cristão contagiante, que leve pessoas a Jesus e as traga para serem integradas ao corpo de Cristo – a Igreja.
Somente se cada um de nós fizer a sua parte seremos uma igreja efetivamente evangelística, com crescimento exponencial.
Contamos com a participação de todos vocês.
RICARDO AURINO
Pastor Presidente